Saudade

21:45 Renata Kawane 1 Comments

E as vezes eu sinto tanta saudade, mas tanta saudade que só sei pedir baixinho pra isso passar.
Fecho os olhos com força desejando que ao abri-los, a saudade tenha apostado corrida com 
o tempo e saído correndo na velocidade da luz.
Mas ela está ali. Ela se ajeita e me desajeita.

Já não sabendo mais o que fazer comigo, ela ocupa todo espaço, pedindo jeito ao desajeito.
Porque nos momentos que vou embora, é que eu mais quero ficar.
Talvez só se conheça esta vontade depois de ter ido. Eu fui.

Na casa das lembranças, saudade é anfitriã.

Intempestiva, impulsiva, seguindo o que acha certo, joguei tudo no vento.
Os mesmos ventos que levaram são hoje o que me devolve o aroma do perfume conhecido como lembrança.

Música nenhuma serve, encaixa, auxilia a exorcizar esta saudade entalada.

Saudade do que? 

E saudade não dá explicações. Ela arromba a porta de entrada, entra e começa a bagunçar.

Saudade é isso! Um jeito sem jeito.

Um jeito de pedir pra voltar, com vontade de ir embora.

Saudade é um soco no estômago e vontade de vomitar. É olhar uma fotografia e achar que pode voltar.

1 comentários:

Shuzy disse...

Eu vivo e morro de saudades...