Do alto da pedra

Tem tanta coisa que nos desafia, limita. Cada um é o limite de si próprio.

Após tantos caminhos, sentada na pedra grande, invisível, percebo que minhas buscas são meus desafios.
Deus conduz o Universo de maneiras que desconhecemos.
Conduzir o teu destino, se limitar é se fechar as milhares de possibilidades que o Universo coloca em seu caminho.

Na pedra grande é sempre mais seguro, confortável. Fonte da invisibilidade.
Me chamam para trilha, coloco meus pés no chão, mas na hora de caminhar estremeço. Corro para trás, sento na pedra.
Alegando, que o problema é de quem vem guiar.

Mas no fundo mesmo, é medo de caminhar, de dar a mão. Deixar ser guiada. Tão mais fácil, dizer que a estrada não era boa, que havia buracos, difícil mesmo é aceitar que não se sabe caminhar.
Aqui de cima, a vista é boa. Mas pra quem não se senta só.
Quero colocar meus pés no chão, sentir na pele a brisa fresca, ventania, pisar nos buracos. Caminhar.

Porque tudo que desestruture, balance, mova, gera medo. E se sinto, corro, escondo, fujo.
Desejo sair daqui. Pisar na terra, sentir o frio estremecer meu corpo, rir das descobertas, balançar os passos, mover.
Mas só quero, se realmente quiser me guiar.
Eu vou ter medo, mas, vou saber que estarei bem.