Meus, Meu, Eu.‏

19:42 Renata Kawane 0 Comments

E sei lá porque me lembrei disso, e me lembrei do sentimento, e da pessoa, e me deu um jeito estranho, me bateu uma dúvida, uma certeza.
E foram tantos caminhos, nadar o pacifico inteiro pra morrer em muitas ilhas.
Ali se tornava um meio para dizer: Olha estou vivendo e você que se dane, mas olha bem, estou vivendo!
E dizer isso sem saber pra quem está se dizendo, mas no intuito de ser a pessoa que está pensando e que ela
tenha alguma reação, faça algo entende?

Foi em vão. Não veio em vão.

E agora já é tão passado, que se torna quase um sonho da semana passada. Uma lembrança tão vaga, distorcida, mas que mostra que aconteceu.
Algo aconteceu. O que? Não sei, mas aconteceu.
E não era amor, era desejo de cuidar, de estar perto mesmo estando longe, um querer bem. Então confundi tudo, porque amor é reciproco, não é? Então , isto não era!


E sei lá quanto tempo depois, eu olho pra isso com um gosto de quem comeu e não gostou, mas que talvez comesse de novo, e isso me assusta.
Apaguei seus rastros de minha vista. Não todos! Porque vezenquando dá saudade. Ai olho e te detesto, só pra tudo que habita em mim se lembrar o quão mal faz. E lembro, esqueço e a saudade passa.
Porque, a saudade é daquilo, que poderia ter acontecido naquela época.
E não há magoas, e nem lembranças em formatos de coração, com cheiro de maçã do amor, ao som de Creed - My Sacrifice.


E hoje me bateu uma lembrança de tudo aquilo, e do que eu me tornei por toda esta coisa que não era amor, que você me proporcionou.
Fiquei mais sensata, mais objetiva, e mais um monte de coisas boas. Mérito meu. Mérito teu. Mérito Nosso.
Fiquei mais na minha. Minhas palavras, meus comprimentos, meus sorrisos. Meus. Não os dou. Apenas retribuo.


Ao evitar, achava. Ao achar, evitava. E estes dias, perdida em pensamentos dentro do ônibus, me assustei quando percebi que um rapaz parecido com você sentou ao meu lado.
Foi uma sensação angustiante e encorajadora. Decidi olhar firmemente e que o Universo tomasse conta do resto.
Não era você, e nunca foi.
Foi sempre eu, meu desejo de cuidar, de estar perto, de querer bem.
Os Meus. O Meu. O Eu.


E te agradeço, porque no final das contas, você sempre me rende bons textos.

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