Embarcação‏

20:26 Renata Kawane 0 Comments

Parando em algum lugar, encostando minha embarcação em algum porto do passado.

As vezes entramos em viagens sem ao menos programa-la. É a vida. O dia. Hora?
E vamos desembarcando em portos tão distante do que hoje caminhamos, que tudo nos parece
como velhos filmes de cidades abandonadas.

Uma hora, os pedaços são inúmeros de tanto faltar. E falta tanta coisa. Naquela história. Nesta. Outra.
Faço questão de ignorar tudo que vem do passado. Ou quase tudo.
Porque quando me deparo, estou a milhas de distância, no meio do mar olhando através de binóculos, um porto não tão distante.

Decidida a mudar e a deixar que mudem sem mim. Distância nada mais é que tempo para viver. Vivo!
De longe vejo as ventanias que há. Ontem furacão, hoje brisa fresca, porque não há culpados em fatos inexistentes.

É de tanto olhar para trás, que empacamos na frente.

O mar é perigoso, mas não tanto como encalhar em uma ilha deserta, onde o porto é inalcansável . Somos âncoras. Afundamos!
Navegar para outros mares não adianta, se o problema é somente o porto. Navegaremos. Com medo, trêmulos, mas remaremos.

Após este porto, há um lindo dia, pedindo para atravessar o arco íris.
Enquanto isso não acontece, tento navegar longe, prestar sempre atenção nas tempestades.
É sempre mais seguro ficar em Terra firme, mas dependo da Terra o mar é proteção.

Não quero mais voltar, mas já que volto, que seja pra ficar aqui no mar.

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